8 de out. de 2009

O Diabo veste VR


E eu tenho trabalhado para ele...

Tenho me sentido como a Andy, assessora (na verdade, jornalista!) de Miranda Priestly, editora-chefe da revista Runway, no filme O Diário Veste Prada.
Miranda é ícone naquilo que faz... ninguém é melhor do que ela. Tem uma legião de fãs, de puxa-sacos e de pessoas ao seu redor se desdobrando em mil para fazer o melhor trabalho... sem conseguir jamais, lógico!
Andy começa a trabalhar pra ela e enlouquece... zilhões de coisas para fazer, tudo ao mesmo tempo agora, e nada nunca está bom o suficiente... mas ela vai, aos poucos, conquistando a confiança e, de certo modo, a admiração da chefe diabo...
No entanto, enquanto isso... Andy muda, se transforma numa mulher muito mais bonita, interessante e vai, ao mesmo tempo, perdendo a sua própria vida, vai se transformando numa máquina de trabalhar, workholic... respirando e vivendo o trabalho... esquecendo-se de viver somente...
Às vezes fico me perguntando se estou ficando assim... e estou... esquecendo de mim mesma... perdendo aulas, deixando de escrever minhas crônicas, deixando de estar com pessoas queridas, deixando de estudar, de fazer os testes que queria fazer, de fazer o mestrado... adiando sonhos, adiando idas ao cinema, ao teatro, ao museu... deixando de festejar... mas isso aqui está triste... e eu não estou triste... só estou me questionando.
E ficando sempre dividida... libriana... dividida entre coração e coração...
E pode ser bom... questionar, mudar, reverter situações... ou usar a própria situação para ser mais, aprender mais... só não quero mais perder tempo...
E quem sabe o diabo, assim como Miranda, nem seja tão diabo assim... seja apenas uma pessoa que precisa correr atrás felicidade... que não está tão ali... e para isso, afeta quem está...
De repente, bastam alguns chacoalhões...