25 de mar. de 2009

A alegria que me dá...


“Se amanhã não for nada disso, caberá só a mim esquecer... e eu vou sobreviver!”...

Minha vida está uma loucura... poderia escrever aqui sobre postura, educação postural, sobre obesidade, sobre o relatório de gestão do Crefito... estou fazendo tudo isso... e ainda tenho que parar e escrever um relatório com sugestões para uma empresa, em inglês... ufa!!!

Mas não poderia deixar meus leitores na mão e eis que estou aqui...

Era uma vez uma menina que queria viver até os 120 anos... e para isso ela vivia! Simplesmente... vivia muito, para continuar sempre vendo e sentindo tudo... em doses colossais... cavalares! A vida acontece e a trilha pode ser Lulu Santos... o sol lá em cima... lindo, brilhante, quente... o rio lá embaixo... calmo, tranquilo, com jeito de paz...

Sim... Mário Quintana tinha razão... “eles passarão... eu passarinho”...

Ela deixou um pedaço dela naquele rio... como deixou no semi-árido... ela flutuou várias vezes, ela sentiu borboletas, ela tentou achar defeitos... não conseguiu... tudo era bom demais... tudo fazia com que ela se apaixonasse mais... Quem dera fosse sempre assim... até os 120...

Ela se lembrou do instante em que pisou ali... a emoção tão grande, a alegria que parecia nunca ter fim... e ela soube que tudo estava em seu lugar, todos os astros... sentiu sensações do mundo todo... um labirinto, um terremoto, um tufão.

Ela se sentiu viva!

Como foi difícil deixar aquele mundo... mas foi mais um momento que foi para sua caixinha de músicas... ficou nela a lembrança do papo gostoso, dos carinhos, do calor do sol, dos pés entrelaçados, do requinte, das mãos dadas, da Calçada da Fama... cada minuto... mágico!

Ela ficaria para sempre ali... e seria feliz... até os 120 anos!
E ela contou para Deus... “é isso que eu quero para minha vida... definitivamente!”

É isso que eu quero... definitivamente!

Apenas mais uma de amor
Lulu Santos

Eu gosto tanto de você
Que até prefiro esconder
Deixo assim ficar
Subentendido

Como uma idéia que existe na cabeça
E não tem a menor obrigação de acontecer

Eu acho tão bonito isso
De ser abstrato baby
A beleza é mesmo tão fugaz

É uma idéia que existe na cabeça
E não tem a menor pretensão de convencer

Pode até parecer fraqueza
Pois que seja fraqueza então,
A alegria que me dá
Isso vai sem eu dizer

Se amanhã não for nada disso
Caberá só a mim esquecer
Eu digo vai doer
O que eu ganho, o que eu perco
Ninguém precisa saber

Eu gosto tanto de você
Que até prefiro esconder
Deixo assim ficar
Subentendido

Como uma idéia que existe na cabeça
E não tem a menor obrigação de acontecer

Pode até parecer fraqueza
Pois que seja fraqueza então,
A alegria que me dá
Isso vai sem eu dizer

Se amanhã não for nada disso
Caberá só a mim esquecer
E eu vou sobreviver...
O que eu ganho, o que eu perco
Ninguém precisa saber

19 de mar. de 2009

Do fundo do meu coração...


A vida acontece sem nossa permissão... essa frase ficou martelando em mim, desde que a escrevi semana passada... e hoje pensei no que iria escrever, afinal não queria escrever sobre mim, mas essa frase martelava, martelava... pois é... a vida acontece... e que bom!

Sou daqueles tipos de pessoas – e aconselho que você também seja – que ficam triste e se acabam de chorar por um dia... só por hoje... e depois levantam e lá vamos nós de novo...

A verdade é que gosto demais de mim, de quem eu me tornei, tenho orgulho de tudo que eu sou... é uma pena que nenhum homem ainda tenha descoberto isso tudo, ou não tenha feito o suficiente para merecer, ou não seja o suficiente... desculpem-me se pareço arrogante ou metida... mas lutei muito por mim, por isso tenho o direito de ter orgulho do que fiz...

E pensando nisso tudo, percebi que não quero mais ficar vertendo lágrimas pelo que se foi. Quando olho para as gavetas de mim mesma, encontro sempre o calor da vida, o amor, um sorriso... cavo meu caminho de volta e planto flores por onde passo... para que venham atrás... espero que venham...

Tomei a pílula vermelha, certo? Vi a verdade, certo? Então agora eu vou pensar no que eu fazer com tudo isso... já que caí desse lado, vamos aproveitar o que esse lado tem de bom... adaptação... essa é a palavra...

E é bom também guardar o passado numa caixinha e lembrá-lo de vez em quando... pois é... na maioria das vezes ele não acontece de novo, mas pode acontecer algo muito melhor...

Eita... aqui estou eu falando de mim...

Vamos falar de música então... eu guardo lembranças em músicas... não consigo viver sem elas... se eu fosse para o BBB (ninguém mais vai para uma ilha deserta... vai para o BBB) acho que uma das coisas que mais me fariam falta é minhas músicas... tem dias que acordo com gosto de Chico Buarque... outros sou Legião Urbana... às vezes sou Coldplay... cada caixinha de lembranças guarda uma ou várias músicas. E eu guardo em cada uma que eu amo um pouco de mim...

Segue uma aí que condiz com este momento...

 

Temporada das Flores

Leoni

 

Que saudade agora me aguardem,


Chegaram as tardes de sol a pino,


Pelas ruas, flores e amigos,


Me encontram vestindo meu melhor sorriso,


Eu passei um tempo andando no escuro,


Procurando não achar as respostas,


Eu era a causa e a saída de tudo,


E eu cavei como um túnel meu caminho de volta.



 

Me espera amor que estou chegando,


Depois do inverno a vida em cores,


Me espera amor nossa temporada das flores.



 

Eu te trago um milhão de presentes,


Que eu achava que já tinha perdido,


Mas estavam na mesma gaveta,


Que o calor das pessoas e o amor pela vida...



Me espera estou chegando com fome,


Preparando o campo e a alma para as flores,


E quando ouvir alguém falar no meu nome,


Eu te juro que pode acreditar nos rumores.




Me espera amor que estou chegando,


Depois do inverno a vida em cores,


Me espera amor nossa temporada das flores.



 

11 de mar. de 2009

Confesso que morreu...



Aconteceu... algo que não sei descrever... não chega a ser tristeza... é uma desilusão, um xis vermelho bem no meio do peito... não acabou, mas algo morreu...

Lembram de Matrix? O filme? Morpheu oferece para o Neo a escolha entre a pílula azul e a vermelha... se ele tomasse a azul... puf! Tudo voltava a ser como antes e ele não saberia de nada... viveria na ilusão... se tomasse a vermelha, entraria na toca do coelho... veria a verdade, nua e crua... Neo escolhe a vermelha... eu queria a azul... mas errei... olhei o que não devia e não me deram escolha... enfiaram a pílula vermelha em minha goela abaixo... e a verdade veio a tona...

E agora? Depois que você cai do lado de lá, não dá mais para voltar... ah... como eu queria voltar... estava tão bom... eu não queria saber a verdade, eu não queria ver, eu só queria continuar sendo feliz... nas minhas ilusões, nas minhas esperanças, sentindo o gosto de tudo... sentindo o cheiro de tudo... dane-se a Matrix!

Confesso que depois da pílula vermelha, morreu... não consigo voltar mais ao que era antes... mataram uma a uma todas as minhas borboletas... uma a uma...

Existem duas mortes da alma... do coração... uma é aquela abrupta, que mata a sangue frio... essa machuca tanto, tanto... uma dor dilacerante... você enfia a cabeça no travesseiro, chora dias e dias... dorme com a cara empastada de lágrimas... acorda, chora de novo... dorme... acorda...

A outra morte, pode não parecer, é mais dolorida... porque dói aos poucos... lentamente... e um dia você percebe que existe um peso dentro de você... uma mão apertando seu coração... uma mão gigante... você percebe que está morrendo... não chega ao desespero, mas dói... dilacerante... profundo...

Você sabe que aquilo que viveu, toda a alegria, todos os momentos felizes não vão voltar, porque você tomou a pílula vermelha... então você não é mais o mesmo... e aquilo não pode ser mais... mas você quer a felicidade absurda que sentiu de novo... e sabe-se lá se um dia vai sentir de novo... porque ela foi única, real, verdadeira...

Por outro lado, agradece por ter tido a chance de sentir tudo isso... muitos passam pela vida e nunca chegam a sentir esse turbilhão de borboletas...

E percebe que se foi... expirou... pereceu... mas fica guardado num cantinho especial de você... cada pedaço, cada olhar, cada beijo... cada cena... que você ainda pode ver, quase pode tocar... as cenas passam nitidamente por você, cada uma lhe fazendo reviver o melhor de você... a felicidade absoluta, sem fim... cada uma lhe trazendo novamente o sorriso no rosto e uma lágrima que escorre sem ter tido permissão...

Fica você sempre guardado em mim...

E aqui eu encerro essa saga... vamos voltar ao propósito desse blog... falar de filmes, músicas, literatura... vou falar um pouco de mim também, porque eu não agüento... mas bem menos... e vai ser legal...

Aliás, já que falei de Matrix, vejam o filme, porque é sem dúvida um clássico... filosófico e surreal... maravilhoso! Mas não tomem a pílula vermelha, certo?!


Nunca uma música se encaixou tão bem quanto essa...

Por enquanto
Legião Urbana

Mudaram as estações
E nada mudou
Mas eu sei
Que alguma coisa aconteceu
Está tudo assim tão diferente...

Se lembra quando a gente
Chegou um dia a acreditar
Que tudo era prá sempre
Sem saber
Que o pra sempre
Sempre acaba...
Mas nada vai
Conseguir mudar o que ficou
Quando penso em alguém
Só penso em você
E aí então estamos bem...

Mesmo com tantos motivos
Pra deixar tudo como está
E nem desistir, nem tentar
Agora tanto faz
Estamos indo de volta prá casa...

5 de mar. de 2009

De repente toda a mágica se acabou...

Está difícil escrever... o papel fica assim... branco, pálido, olhando pra mim... eu olhando pra ele...

Tenho infinitos textos para fazer... matérias, revista, trabalhos da pós, blog... meus... mas estou numa fase tão ensimesmada, que meu olhar – interno e externo – não tem ido muito além de mim...

Tenho decisões difíceis a tomar...

Quem acompanha este blog sabe que eu tive meses e meses de borboletas... de caos... o caos do bem, do bom, da alegria...

Mas agora cheguei na beira do abismo... pular ou dar meia volta? Meu espírito sempre manda pular... tentar voar... as probabilidades de me esborrachar lá  embaixo são enormes... 90... 95%... quem sabe até mais... mas eu queria mesmo voar! Ou tentar... mesmo com tanto em jogo...

Então... é isso... do jeito que era pra ser... nós sempre chegamos às escolhas...

E é tão difícil conviver de novo com o trivial depois de ter compartilhado borboletas... é tão difícil deixar a coroa de rainha... riscar um Xis vermelho nas esperanças (por mais que elas pareçam absurdas)...

A vida acontece sem a nossa concordância... se tudo é perfeito, o mar tranqüilo, as peças se encaixam, a alegria é sem fim e as borboletas fazem festa dentro de nós, por que existem os anzóis?

Anzóis que nos machucam... que insistem em perfurar cicatrizes já existentes... que não nos permitem ser felizes... merecemos ser felizes... você merece ser feliz... por que não... se tudo convida para o sim?

Ah... tem os anzóis...

O que vocês escolheriam? Pular ou dar meia-volta? Enfrentar os anzóis, em busca das borboletas? Continuo minha viagem na Montezum? Ou levanto as mãos e cruzo os braços para sair?

Em 2008 tive tantas borboletas que hoje meu maior medo é nunca mais senti-las...

 

NAO NOS CONTARAM

Martha Medeiros

 

Hoje é o momento ideal pra falar de sacanagem. Mas nada de ménage à trois, sexo selvageme práticas perversas, sinto muito.

Pretendo, sim, é falar das sacanagens que fizeram com a gente.

Fizeram a gente acreditar que amor mesmo,  amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos. 

Não nos contaram que amor não é acionado nem chega com hora marcada.

Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. 

Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo.

Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável.

Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada "dois em um",duas pessoas pensando igual, agindo igual, que isso era que funcionava. 

Não nos contaram que isso tem nome: anulação. 

Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável.

Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos.

Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto.

Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto.

Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz,a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade.

Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas.

Ah, nem contaram que ninguém vai contar. 

Cada um vai ter que descobrir sozinho.E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo,vai poder ser muito feliz se apaixonar por alguém.