23 de set. de 2009

Sol em Libra... que venha minha primavera mais feliz!


Pisei em Libra. O Sol entrou no meu signo e saio do meu inferno astral... que venha!
Aí me perguntam como é um libriano... libriano é todo coração, é todo charme, é todo justiça, é todo sentimento...
Libriano preza a elegância... e, por ser assim, acaba sendo muito exigente, consigo mesmo e com o outros. E derrete corações... e se deixa derreter...
É impulsivo, teimoso, indeciso... mas quando decide, saia de perto, porque é aquilo e ponto final... custe o que custar... mesmo que seja uma sandália maravilhosa da Arezzo que, dessa vez, você sabe bem que quer, e qual quer... e custa uns R$ 300... nem é tanto, é? Brincadeira... mas um libriano é assim...
Regido por Vênus – as mulheres são de lá, certo? Por isso, somos charmosos, elegantes, sensuais, graciosos e bem humorados... e humildes, claro.
Enfim... sou um deles... sou um libriano.
Sou apaixonada... apaixonada pelo ser humano, por quem eu sou, por pele, pelas alegrias, tristezas, montanhas-russas... vida, enfim...
Quero estar aqui, bem onde estou, buscando sorrisos, enigmáticos ou não, amando, errando, pecando, perdoando, sendo perdoada, seguindo, buscando, sendo e querendo... querendo sempre... e fazendo valer a pena cada segundo.

“Prometo te querer

Até o amor cair

Doente, doente...

Prefiro, então, partir

A tempo de poder

A gente se desvencilhar da gente.
Depois de te perder,

Te encontro, com certeza,

Talvez num tempo da delicadeza,

Onde não diremos nada;

Nada aconteceu.

Apenas seguirei

Como encantado ao lado teu.”
Chico Buarque

16 de set. de 2009

Saudade... que dor e delícia é essa?


Existem tipos diferentes de dor... a dor física – dói também... sabe aquela batidinha leve no cotovelo, que nem parecia que iria doer tanto, mas parece uma cirurgia de cérebro sem anestesia? Essa é a dor física...

Mas pior do que a dor física é a dor emocional... por exemplo, a dor da saudade... pode ser saudade de um tempo, da infância, da família que está longe, de colo de mãe, de bolinho de chuva, do cheiro de terra molhada, da lua cheia e de um céu estrelado... mas dói muito... mais do que a topada no cotovelo, a dor da ausência de alguém que não deveria estar ausente...

É saudade da pele, do cheiro, do gosto... saudade da presença, mesmo estando logo ali... saudade de borboletas, saudade de campainha... eram dias sem ver, mas sabia que cedo ou tarde estaria ali... cedo ou tarde os trens subiriam os trilhos novamente e o eixo da Terra voltaria para o lugar certo. Sabia que o sentimento continuava ali... e continua... mas agora resta a saudade, não consentida... de algo que se vai para deixar um vazio no lugar... e não se sabe como preenchê-lo.

Saudade é não saber... não saber quando o sentimento vai voltar para dentro de você... é não saber quando a felicidade vai pegar a sua mão de novo e fazê-la voar... é não ter certezas... é não saber o que fazer com o que você é... com o que sente e vem tão forte e fundo e soa tão bom... Saudade... é não saber o que fazer com as lágrimas, com as músicas, com o quarto, que era tão pequeno e agora não acaba mais... com o pensamento...

Clarice Lispector, em toda sua grandeza e sabedoria, já dizia que “saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda (...)”. É isso...

E então nada fica mais forte do que nosso desejo... na luta entre o cérebro e o coração, em mim o coração ganha de lavada...

Está tudo planejado dentro de você... tudo acertado... apesar da saudade... a cabeça já sabe o que dizer e fazer... mas aí... aparecem as borboletas... assim de repente... entram pela porta da frente, preenchem o vazio e adeus planejamento. Os neurônios desligam completamente... e você só fica inebriada com um único gosto...

Derrete-se, consome-se, entrega-se... e ganha um sorriso enigmático nos lábios e um dia mais e mais feliz... não... eu não quero ter as rédeas de nada... eu quero mesmo é ser feliz... e não sentir tanta saudade...

E espero que um dia ninguém me julgue por ter feito tudo, tudo, tudo com o coração...

Remissão
Naquele dia fazia um azul tão límpido, meu Deus, que eu me sentia perdoada para sempre não sei de quê.
Mário Quintana

10 de set. de 2009

Expectativa...

... é quando você se abre toda... uma vontade, um bem-querer, um todo, completo, se apossa de você... você quer... e muito... e vem a água fria...

Como pode sentimentos tão divergentes, diversos, distintos habitarem o mesmo coração?
Eu pensei que tudo já estava acertado dentro de mim... mas não estava... e quando saiu, eu chorei... e me agarrei a um abraço que não teve fim... pelo menos dentro de mim... comecei um ritual... e dói também...
E torna-se um souvenir, uma lembrança de uma época bonita que foi vivida... que passa a ter um valor inestimável... passa a fazer parte de nós...
E abrir mão de algo que nos é tão caro, que se entranhou em nós e que só com muito esforço é possível libertar... dói também...
É uma dor quase imperceptível... mas nos confunde... e de repente vem a tona... porque o que se vai é aquilo que nos justifica como seres humanos, que nos coloca dentro das estatísticas... eu amo, logo existo...
É dizer adeus a si mesmo...
Eu ando mesmo à flor da pele... e minha pele tem sim o fogo do juízo final...
Tomei decisões, e doeu também. Achei que estava preparada, mas não estava... ainda está em mim...
Tentava decidir o meu destino, mas eu sabia que ele já estava traçado. Era como jogar uma moeda para cima e vê-la cair sempre do mesmo lado, como apostar numa roleta viciada que sempre cai no mesmo número. Eu nem joguei e perdi... e apostaram todas as fichas...
Mas não imaginei que seria assim... imaginei a intensidade, o beijo doce, nossas peles, a sina de cinema, a manhã mais bonita, a pedra mais alta... imaginei uma vontade, um desejo... um esforço... imaginei alegria, borboletas, que talvez não voltem, ou não sejam mais tão coloridas... mas eu imaginei...
Imaginei um sorriso, um abraço, um retorno de mim mesma... que entre tudo que está errado... eu fosse o mais certo...
... mas talvez tenha imaginado demais e sozinha...
... às vezes me preservo... normalmente me suicido...

2 de set. de 2009

Viver até a última gota


Eu já disse essa frase aqui um zilhão de vezes... mas não custa ressaltar...

Não consigo entender vida morna, empurrando com a barriga, feijão com arroz, trivial... para mim, a vida tem que ter intensidade, paixão, calor... tem que ser feliz na plenitude...

Tem que ser acordar e achar o dia lindo, o sol mais brilhante... caçar um canto de passarinho... sorrir... e pensar, com a força de todo o seu ser... como vale a pena estar aqui...

Tem que ser uma música de Teatro Mágico... ou Chico Buarque... ou U2... ou Alanis... ou qualquer outra música que realmente invada seu coração...

Tem que sentir... em toda sua alma... borboletas devem sempre povoar o estômago... o frio na barriga deve sempre estar lá... junto com o cheiro de pipoca... de lavanda... de banho tomado...

O ar deve estar doce... o caminho, árduo... porque as pedras devem sempre estar lá... senão qual seria a graça?

As janelas devem sempre estar aberta... às vezes entram urubus... mas pássaros coloridos, cantarolando, felizes... em revoada... também vêm...

Eu nunca vou me conformar com o meio-termo... com a falta de paixão... eu não quero ser santa...

Eu quero me apaixonar... perdidamente... eu quero um beijo de cinema... eu quero mais é ver, sempre, o que está me chamando lá fora!

E... achei num caderno antigo coisas escritas que não sei de onde vieram... mas gostei... se não me engano, peguei num filme... e vai aí, com algumas adaptações... para mostrar que tenho também minhas dores... mas passo por cima delas em menos de 24 horas... porque não tenho tempo a perder...

“Eu sei o que é se sentir o ser mais insignificante, pequeno e patético da humanidade. O que é sentir dor em partes do corpo que nem sabia que existia. E de quantas vezes mudei de penteado, ou em quantas academias me registrei, ou quantos copos de Chardoney tomei com minhas amigas [muitas vezes sozinha mesmo].
Por que continuamos deitando todas as noites, repassando todos os detalhes e perguntando o que fiz de errado? Como pude ter interpretado mal? E como pude pensar que era tão feliz?
Às vezes, inclusive, cheguei a me convencer de que ele veria a luz e se apresentaria à minha porta.
E, depois de tudo isso, ainda que essa situação dure algum tempo, vou a um lugar novo e conheço pessoas que me fazem recuperar o amor próprio e vou recompondo a alma, pedaço por pedaço.
E toda essa época difusa, esses anos de vida que desperdicei, também terão desaparecido...”