18 de jun. de 2011

E não é que Ele veio?!


Confesso que já perdi a fé no ser humano... é estranho como o ser humano complica o que é simples... como joga fora facilmente qualquer laço, afeto, amizade, sinceridade... aliás, sinceridade é artigo de luxo e costuma ferir... não sei por que. As pessoas deveriam estar mais dispostas a serem sinceras e ouvir as honestidades alheias...

Eu sou honesta até o último fio de cabelo... odeio hipocrisia... odeio fingir sentimentos que não tenho ou esconder aqueles que tenho... mas isso tem tornado a minha vida mais difícil... o ser humano adora a arte de enganar... o fingimento ainda é melhor arma para seduzir, conquistar, usurpar...

Sim... já perdi a fé no ser humano... mas também já recuperei. Apesar de conviver sempre com situações bem complexas, que raramente entendo, prefiro ainda acreditar que SER humano vale a pena.

Vale a pena tentar o entendimento, ainda que escorra sangue... vale a pena tentar compreender, ainda que perdoar seja tão doloroso... vale a pena torcer para que tudo se ajeite, ainda que o caos esteja instalado...

Mas ainda não entendo as perdas irreparáveis... e não falo de relacionamentos amorosos... falo da amizade... não entendo deixar-se perder a conversa gostosa, o beber descontraído, o entendimento no olhar... não entendo enfiar o pé na jaca por nada... e não entendo a covardia de simplesmente conversar... a covardia de abrir o coração...

A maior insegurança, o que realmente ferra o ser humano em todos os aspectos hoje é a covardia, o medo de ser sincero, o medo de expor, de baixar a guarda por completo...

E me disseram que eu deveria parar de baixar a guarda e me resguardar... tentei... e até deu certo... mas, e aí? Aí, deixei de ser eu... quer saber? FODAM-SE!!! Eu quero ser eu, sempre! Me expondo, tomando porrada, dando porrada, com todas as qualidades e defeitos que me fazem ser exatamente a pessoa mais fantástica do planeta: EU!!! Vou continuar me enfiando goela abaixo de todas as pessoas que pensam que me ferem, e sim, até conseguem me ferir... mas eu vou continuar, com essas marcas, com esses sussurros, o choro engasgado, quando for necessário, embriagada, quando for o momento... feliz, sempre, sendo mesmo quem eu sou!

Azar daqueles que não usufruem de tudo isso!

Essa semana, eu pedi, Ele veio, e eu fiquei, finalmente, em paz!

E, tens razão, meu caro, estou hoje embriagada do melhor vinho italiano!

Como nossos pais
Belchior


Não quero lhe falar,
Meu grande amor,
Das coisas que aprendi
Nos discos...
Quero lhe contar como eu vivi
E tudo o que aconteceu comigo

Viver é melhor que sonhar
Eu sei que o amor
É uma coisa boa
Mas também sei
Que qualquer canto
É menor do que a vida
De qualquer pessoa...

Por isso cuidado meu bem
Há perigo na esquina
Eles venceram e o sinal
Está fechado prá nós
Que somos jovens...

Para abraçar seu irmão
E beijar sua menina na rua
É que se fez o seu braço,
O seu lábio e a sua voz...

Você me pergunta
Pela minha paixão
Digo que estou encantada
Como uma nova invenção
Eu vou ficar nesta cidade
Não vou voltar pro sertão
Pois vejo vir vindo no vento
Cheiro de nova estação
Eu sei de tudo na ferida viva
Do meu coração...


Já faz tempo
Eu vi você na rua
Cabelo ao vento
Gente jovem reunida
Na parede da memória
Essa lembrança
É o quadro que dói mais...

Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Como os nossos pais...

Nossos ídolos
Ainda são os mesmos
E as aparências
Não enganam não
Você diz que depois deles
Não apareceu mais ninguém

Você pode até dizer
Que eu tô por fora
Ou então
Que eu tô inventando...

Mas é você
Que ama o passado
E que não vê
É você
Que ama o passado
E que não vê
Que o novo sempre vem...

Hoje eu sei
Que quem me deu a idéia
De uma nova consciência
E juventude
Tá em casa
Guardado por Deus
Contando vil metal...

Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo, tudo,
Tudo o que fizemos
Nós ainda somos
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Como os nossos pais...

5 de jun. de 2011

Vamos de Clarice Lispector… na veia!





O GRITO


Sei que o que escrevo aqui não se pode chamar de crônica nem de coluna nem de artigo. Mas sei que hoje é um grito. Um GRITO! de cansaço. Estou cansada! É óbvio que o meu amor pelo mundo nunca impediu guerras e mortes. Amar nunca impediu que por dentro eu chorasse lágrimas de sangue. Nem impediu separações mortais. Filhos dão muita alegria. Mas também tenho dores de parto todos os dias. O mundo falhou para mim, eu falhei para o mundo. Portanto não quero mais amar. O que me resta? Viver automaticamente até que a morte natural chegue. Mas sei que não posso viver automaticamente: preciso de amparo e é do amparo do amor.
(...)
Voltando ao meu cansaço, estou cansada de tanta gente me achar simpática. Quero os que me acham antipática porque com esses eu tenho afinidade: tenho profunda antipatia por mim.
O que farei de mim? Quase nada. Não vou escrever mais livros. Porque se escrevesse diria minhas verdades tão duras que seriam difíceis de serem suportadas por mim e pelos outros. Há um limite de se ser. Já cheguei a esse limite. (Aprendendo a Viver, Ed. Rocco, pág. 195)

DEUS

Mesmo para os descrentes há a pergunta duvidosa: e depois da morte? Mesmo para os descrentes há o instante de desespero: que Deus me ajude. Neste mesmo instante estou pedindo que Deus me ajude. Estou precisando. Precisando mais do que a força humana. E estou precisando de minha própria força. Sou forte mas também destrutiva. Autodestrutiva. E quem é autodestrutivo também destrói os outros. Estou ferindo muita gente. E Deus tem que vir a mim, já que eu não tenho ido a Ele. Venha, Deus, venha. Mesmo que eu não mereça, venha. Ou talvez os que menos merecem precisem mais. Só uma coisa a favor de mim eu posso dizer: nunca feri de propósito. E também me dói quando percebo que feri. Mas tantos defeitos tenho. Sou inquieta, ciumenta, áspera, desesperançosa. Embora amor dentro de mim eu tenha. Só que não sei usar: às vezes parecem farpas. Se tanto amor dentro de mim recebi e continuo inquieta e infeliz, é porque preciso que Deus venha. Venha antes que seja tarde demais. (Aprendendo a Viver, Ed. Rocco, pág. 205)

3 de jun. de 2011

Temporada das flores



Eu sei que estamos no outono… ainda falta muito para a primavera. Legal é que ela resolveu chegar mais cedo para mim este ano... “pelas ruas, flores e amigos me encontram vestindo meu melhor sorriso”. Borboletas sobrevoam, estão prontas para fazer revoada... e eu estou pronta para embarcar... louca para embarcar...

News from Verona!
Fiz descobertas surpreendentes sobre o caráter e a maldade das pessoas... nesses últimos dias, descobri elementos bem chatos da personalidade humana com relação a mim... quer saber? Descobri nada... eu já sabia e não queria enxergar...
Mas a boa educação me manda calar a boca e não citar pormenores... e olha que são quatro casos... ai, ai... continuo tendo pena...

Mas Deus costuma ser bem generoso comigo e me faz ver as coisas como elas realmente são... e me faz ter pessoas queridas por perto... e faz com as pessoas que realmente importam vejam também as coisas como elas realmente são...

E essa generosidade toda tem repercutido muito na minha vida... sim, pessoas, estou feliz (agora esses quatro infelizes vão se corroer...).

Feliz em vários aspectos...

Vamos falar de música... terminei de fazer o 30 Day Song Challenge no Facebook... ao olhar minha lista, deixei tanto para trás... mas ela traduziu boa parte de quem eu sou... e Temporada das Flores está lá. Eu gosto mesmo, mesmo de Chico Buarque... Zeca Baleiro... Legião... Engenheiros... Foo Fighters... The Killers... Coldplay... U2...

Vamos falar de filme... assisti recentemente ao Como arrasar um coração – comédia romântica francesa. Em ótima companhia (ouunn), depois de passado o susto com a beleza um tanto esquisita da atriz principal, curti o filme... sessão da tarde, despretensioso, filme para se divertir e ponto. Ah... já ando pensando tanto no meu dia a dia que quero apenas me divertir ao ir ao cinema... próxima parada: Piratas do Caribe 4. Ainda não vi e estou louca pra ver...

Sobre livros... ai... minhas leituras creio que não sejam muito agradáveis para comentar aqui neste momento... não posso dizer o mesmo que disse sobre os filmes... nada de sessão da tarde aqui... o bicho pega e as leituras são densas... saudade de ler Mário Quintana, Clarice Lispector, Martha Medeiros... mas é igualmente bom absorver o mundo de conhecimento que se abre em Bauman, Morin, Buber etc... e, lógico, meu amado Habermas.

E por falar em Habermas, ele certamente estaria chocado com a entrevista que nosso ministro Palocci concedeu EXCLUSIVAMENTE a Rede Globo... 15 minutos... 15 MINUTOS!!!!!! Quase um monólogo, que não respondeu nada e não chegou a lugar algum... é por isso que digo que o mundo da ação comunicativa, proposto por Habermas, é o mundo dos ursinhos carinhosos... a ilha da fantasia... Palocci definitivamente não mora lá!
Reza a boa imprensa que o Excelentíssimo Ministro deveria conceder uma coletiva, não acham? Ele falou o que quis e as perguntas que queríamos fazer, quem fez? Ninguém!
Pois é... mais uma vez “parabéns, coronéis, vocês venceram outra vez”.
Estou com vergonha alheia dessa entrevista! E ainda temos direito a um compacto com os melhores momentos da entrevista no Jornal da Globo?!?! E ainda somos obrigados a ouvir o Heraldo Pereira dizer que ele foi sereno e não se recusou a responder nenhuma pergunta!!! Olha só... bonzinho ele, hein?! Ah... quais perguntas mesmo?
Vergonha!!!

Ah... mas eu... eu estou muito feliz!!!