27 de mar. de 2011

I’ll be there for you… when the rain starts to fall


Comecei esse post com esse trecho da música de abertura do seriado Friends, o qual sou viciada, para falar um pouquinho dessa relação de amor / amizade que vem de algum lugar muito especial. Adoro assistir a Friends... tenho todas as temporadas e, quando preciso dar um tempo no estudo ou nos pensamentos ruins, lá vou eu assistir um ou dois episódios. Ah... já adianto... eu me identifico com o Ross... é... eu sou o Ross em versão feminina.


Mas vamos lá... dizem que “amigos são a família que nos permitiram escolher”. Às vezes, eles estão na família... minha mãe é uma grande amiga, mas tem todas as implicações de ser minha mãe... se preocupa demais, não diz certas verdades sobre mim... enfim... é a pessoa que sei que me ama infinitamente... mas é antes de tudo minha mãe... Seria injusto falar de um ou outro e deixar outros para trás... tem amigos que não vejo há tempos e isso não significa que deixei de pensar neles e amá-los. Mas a vida faz dessas coisas conosco. Cada um segue um rumo, distante...


Hoje, próxima mesmo, está a Cíntia... que diariamente me dá provas de uma grande amizade. Apesar de sermos extremamente diferentes, o carinho que nos une faz com que a gente compreenda uma a outra instantaneamente. Estarei sempre ao lado dela.


Isso é algo que levo comigo... posso estar distante, mas sempre estarei leal às pessoas que realmente amo. Não sou muitas, porque seres humanos que valem a pena são raros hoje em dia, mas os poucos que estão na minha lista valem realmente a pena. E espero que novos cheguem, porque sinto falta disso: de conversa, de carinho, de cumplicidade... por isso me frustro quando me deparo com a superficialidade de algumas relações, o não envolvimento nesse mundo líquido em que vivemos.


Na aula do Prof. Eugênio, no mestrado, estamos discutindo a relação de nossos sentidos com a comunicação. É praticamente uma sinestesia. O próximo texto que vamos ler, ele nos orientou a apenas sentir o cheiro... “não queiram entender”. É interessante perceber como todos os nossos sentidos se envolvem em nossas relações, em nossas lembranças, em nossa construção cultural. Somos o que sentimos, o que degustamos, o que vemos, o que ouvimos... é uma influência imensa em nossas vidas. É isso que eu quero todos os dias... com as minhas relações.


Outro autor que tenho estudado no mestrado (não é Habermas dessa vez), Bauman fala das relações superficiais... as relações líquidas, como ele chama. Não criamos mais raízes, vínculos... é tudo descartável, inclusive as pessoas... está certo que Bauman exagera na pessimismo, mas numa cidade como São Paulo é fácil ver o mundo líquido do qual ele fala.


Por isso, quero conhecer melhor as pessoas que sinto que valem a pena, como alguém que comeu um sanduíche magro esses dias, enquanto eu desfrutava de uma deliciosa salada de fruta... uma companhia maravilhosa, de quem, tenho certeza, vale a pena ser amiga.


“Creio que a experiência humana é mais rica do que qualquer uma de suas interpretações, pois nenhuma delas, por mais genial e compreensiva que seja, poderia exauri-la. Aqueles que embarcam numa vida de conversação com a experiência humana deveriam abandonar todos os sonhos de um fim tranquilo de viagem. Essa viagem não tem um final feliz – toda a felicidade se encontra na própria jornada.”

Zigmunt Bauman