25 de fev. de 2009

As cores, figuras, motivos... o sol passando sobre os amigos... histórias, bebidas, sorrisos... e afeto em frente ao mar

“Amigos vão e vem, mas nunca abra mão de uns poucos e bons. Esforce-se de verdade para diminuir as distâncias geográficas e de estilos de vida, porque, quanto mais velho você ficar, mais você vai precisar das pessoas que conheceu quando jovem.”
Filtro Solar


Esse final de semana de Carnaval eu fui para a terrinha e revi alguns amigos... principalmente revi minha amiga de anos e anos e anos... já perdi a conta. Val! Estivemos juntas num revival total de nossas vidas... num bar de rock, tomando cuba, com um conhecido barman... foi bom demais!

Conversamos como se tivéssemos nos visto semana passada... e já fazia meses que eu não a via...

Às vezes me sinto um tanto quanto mal por não dar a devida atenção aos meus amigos, aos meus familiares... fico tempo sem ligar, fico tempão sem ver... e fico me chicoteando por isso... mas a vida toma rumos tão diversos, que nem sempre é fácil manter o contato como eu gostaria.

Eu e a Val somos muito diferentes... jeito diferente, estilo diferente, profissões totalmente diferentes... mas sempre nos demos muito bem... já brigamos feio, já nos entendemos... e o mais legal disso tudo é que existe uma confiança total uma na outra... nós ficamos séculos sem nos ver e quando nos encontramos a confiança ainda está lá, intacta.

Ela tomou um rumo e eu tomei outro... ela estudou em São Paulo, voltou pra Sorocaba, casou, já é mamãe, com jornada tripla e tudo o mais... eu fiz o caminho inverso... estudei no interior, fui pra São Paulo, continuo solteira (quase pra titia!!!), sem filhos... essas diferenças de vida acabam nos afastando... infelizmente!

Lembro-me que eu estudava em Bauru e ela em São Paulo e nos encontrávamos em Sorocaba nos finais de semana da vida... e era sexta, sábado e domingo enfiadas no Black Sheep... ouvindo excelente rock´n´roll, tomando cuba a noite inteira e dançando pra caramba... a noite sempre terminava na Real, com a galera reunida, comendo coxinha com catupiry... que saudade!

Fomos da Comissão de Formatura no magistério e presenciei a Val barbeirando por aí, com o carro da mãe dela, recém-encarteirada, quando íamos resolver os pepinos da formatura... salvamos aquela festa, hein Val?! Fomos quase expulsas do Arara uma vez porque ainda não tínhamos 18 anos... fomos pra praia e enchemos a cara de tequila, até descobrirmos como se tomava aquilo (até então colocamos o sal na tequila, o limão no sal, o limão sem sal... até com guaraná misturamos)... mas enfim descobrimos como se toma tequila!

Fora as vezes que a Val me salvou, nos banheiros blacksheepianos da vida... hehehehe...
Saudade desse tempo... que não volta mais...
Seguem aí algumas imagens do Carnaval... outras estão no orkut...










19 de fev. de 2009

Espero que o tempo passe...


Galera no Hopi Hari... hooooouuuuu!!!!

Up and down... up and down... e lá vem minha montanha-russa outra vez. Não quero Carnaval... não quero mais uma vez quintal... quero o mar... as mãos... o pôr-do-sol... me enroscar...
Quero de novo...

Por que cheguei a 360º? Quero voltar aos 350º... estava confortável... estava aconchegante... era para chegar a 355º, no máximo... quero voltar!

Mas a vida não é segura, não é monótona... e amanhã estarei no topo novamente... claro que estarei...

Esses dias assisti ao My Blueberry Nights... que me levou a consumir dezenas de blueberry muffins do Starbucks... oh, coisa boa!!! Parênteses... todas as esquinas de todas as casas deveriam ter um Starbucks... Moccha quentinho a toda hora...

Fecha parênteses... o filme é dúbio... não sei se gostei... não se sabe... mas ele deixa um gosto na boca... uma vontade de mais... e o Jude Law consegue deixar qualquer mulher apaixonada... vale a pena... a trilha sonora é muito bonita, o enredo, apesar de paradinho, é gostoso... assim como a blueberry pie... sempre lá, esperando por uma única pessoa...

Outro filme a que vi foi o Ensaio sobre a cegueira... que coisa... estou chocada até agora... o filme é muito bom... forte, machuca, nos faz pensar e repensar nossas condições... e ver São Paulo arrasada passando nas telas é, no mínimo, interessante (não achei palavra melhor)... parte do filme foi filmada em São Paulo, principalmente na região central... inclusive tem uma cena na Av. Paulista... quem mora aqui reconhece no ato... Bom... muito bom!
Só para constar... estou sentindo falta... de mim... de quem eu estava sendo... mas eu vou voltar...

“Viver não é seguro. Viver não é fácil. E não pode ser monótono. Mesmo fazendo escolhas aparentemente definitivas, ainda assim podemos excursionar por dentro de nós mesmos e descobrir lugares desabitados em que nunca colocamos os pés, nem mesmo em imaginação. E estando lá, rever nossas escolhas e recalcular a duração de ‘pra sempre’. Muitas vezes o ‘pra sempre’ não dura tanto quanto duram nossa teimosia e receio de mudar”.
Martha Medeiros

11 de fev. de 2009

Sou tão perto de você


Ser feliz é a única justificativa da vida... não sei se estou, única e exclusivamente, sentindo uma alegria que vem, única e exclusivamente, de mim. Mas estou... e se sou única, agradeço a Deus pela sorte que tenho tido... a Deus e aos meus avós queridos, que sei que olham por mim, de onde quer que eles estejam...

Tenho me sentido assim... embriagada... de vinho, de poesia, de sol, de calor, de palavras... naturalmente... assim...

Estou me sentindo na essência de mim mesma... celebrando o simples fato de viver... viver do jeito que eu desejei... sentindo a poesia prevalecendo em cada olhar, em cada canto... que bom que pode ser assim!

Pode ser que eu esteja um tanto quanto alienada do mundo (na verdade, não estou...), mas presenciar esse meu ser, tão confuso, tão montanha-russa, tão inseguro, neste momento modificado 350º, tão high... tão pleno... não, desculpem-me, não posso deixar de curtir esse meu momento... deixem-me criar asas... me livrar de minhas marcas e faça o Sol!

Então... na agenda que comprei esse ano, da Tribo, veio um texto de Charles Baudalaire, que reproduzo porque vale a pena... e tem a ver...


“É necessário estar sempre bêbedo. Tudo se reduz a isso; eis o único problema. Para não sentirdes o fardo horrível do Tempo, que vos abate e vos faz pender para a terra, é preciso que vos embriagueis sem cessar.
Mas – de quê? De vinho, de poesia ou de virtude, como achardes melhor. Contanto que vos embriagueis.
E, se algumas vezes, nos degraus de um palácio, na verde relva de um fosso, na desolada solidão do vosso quarto, despertardes, com a embriaguez já atenuada ou desaparecida, perguntai ao vento, à vaga, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo o que foge, a tudo o que geme, a tudo o que rola, a tudo o que canta, a tudo o que fala, perguntai-lhes que horas são; e o vento, e a vaga, e a estrela, e o pássaro, e o relógio, hão de vos responder:
- É a hora da embriaguez! Para não serdes os martirizados escravos do Tempo, embriagai-vos, embriagai-vos sem tréguas! De vinho, de poesia ou de virtude, como achardes melhor.”

Terça eu tive a primeira aula do José Arbex no curso da pós-graduação... o cara é excelente... um jornalista e tanto... poucos caras são éticos e corajosos como ele... ele foi editor da Folha de São Paulo, colunista da revista Caros Amigos e hoje é simplesmente acadêmico... desistiu do jornalismo... alega que o mundo das redações é muito podre, sem a verdade, que seria a “arma” do jornalista... É complicado! Para um cara extremamente ético, como o Arbex, viver nesse meio é f..... ou você vende sua alma ao diabo, ou perde o emprego ou perde o fígado... ele disse que escapou por pouco de perder o fígado... e o bom humor...

Eu dei muita sorte... gosto do que faço e faço com prazer... não tive que passar por nenhuma situação de escolhas difíceis, que colocariam minha ética, minha consciência em jogo... não sei o que faria... sou sincera em dizer isso... talvez vendesse minha alma ao diabo, que, neste caso, é o diretor do jornal... afinal, precisamos viver e sobreviver... mas não sei se seria a mesma depois disso...

Admiro muito o Arbex por nunca ter se permitido se sujar... pela ética e incorruptibilidade acima de qualquer coisa... admiro de verdade! Mas, olho para ele, e vejo também aquela tristeza de quem viu que vive num mundo podre e sujo... e somatiza tudo isso... e se perde... perde o brilho no olhar, a esperança, o pôr-do-sol... perde as borboletas... não gostaria de ficar assim... e acho que o Arbex deveria se embriagar mais... de vinho, de poesia... porque virtude ele já tem de sobra.

Para acabar... segue a música título desse post... Perto de Você... do Teatro Mágico... que dedico a alguém que me embriaga sempre... alguém que eu queria encontrar toda terça, na saída do metrô...

Quando começar o frio, dentro de nós
Tudo em volta parece tão quieto
Tudo em volta não parece perto
Toda volta parece o mais certo
Certo é estar perto sem estar
Perto de você, sou tão perto de você, sou tão perto de você

Quando o tempo não passar, dentro de nós
Cada hora é como uma semana
Cada novo alô é mais bacana
Cada carta que eu nunca recebo
É sempre um motivo pra lembrar
Sou tão perto de você

Vida amarga, como é doce a dor da palavra dita de tão longe, dita de tão longe, dita de tão longe...

Quando alguém se machuca, dentro de nós
Toda culpa parece resposta
Nossa busca não parece nossa
Nosso dia já não tem mais festa
Não tem pressa nem onde chegar
Sou tão perto de você

Quando a paz se anunciar, dentro de nós
É porque aquilo que nos cega, mostra um outro lado pra moeda
Que não paga as coisas do meu peito
O preço é me fazer acreditar
Sou tão perto de você

Vida amarga, como é doce a dor da palavra dita de tão longe, dita de tão longe, dita de tão longe

Quando a música acabar, dentro de nós...

4 de fev. de 2009

Happy days!


A vida é feita de momentos felizes... aqueles que somados são, de fato, a nossa vida... tem gente que fica somando lamúrias, tragédias, passado difícil e doloroso, sem trazer disso nada que faça sentido... dificuldade significa aprendizado... sofreu, aprendeu, queimou a ponte que acabou de atravessar...

Mas, voltando ao começo, a vida, aquela vida que vale mesmo a pena, aquela vida que realmente tem sentido, é feita de momentos felizes... que são raros... e ainda bem que assim são. Porque se a vida fosse plena de felicidade o tempo todo, não saberíamos distinguir mais o que é triste... e tudo seria igualzinho... e chato, monótono, cansativo!!!

Como “um dia feliz às vezes é muito raro”, ele acaba sendo um tesouro, guardado bem no meio do seu futuro...

Eu não sou muito boa em descrever meus momentos felizes... engraçado é que consigo vê-los em minha mente nitidamente... mas sinto que não consigo escolher as palavras que descrevem-no plenamente... e se tentar, não mostrarão o que realmente foi...

Em meus dois últimos momentos felizes, esses que estão nítidos e claros ainda, parecia que minha alma tinha saído do corpo e pude me ver lá embaixo... e vi cada detalhe... e fecho o olho e ainda vejo... posso sentir, posso quase tocar... depois, saí flutuando, como se ar não houvesse... meu corpo estava leve... eu poderia voar!

E neste momento, agora, ainda sinto falta da minha alegria... meu grande último momento feliz... e assim é a vida... quero caber de novo naquele momento... quero pertencer a ele... com frequência... sempre... raro... do jeito que for... se não for exatamente do jeito que eu penso, não faz mal... aconteça!

Aconteça com a mesma sensação... com o mesmo doce de pele... aquela felicidade simples, gratuita... uma escola de samba inteira, com todos os seus tamborins passando dentro de mim... e só preciso sentir!

Aconteça assim... de repente... de surpresa... sem esperar...

Imagino a explosão que sentirei... não, explosão não é a palavra... vê, não acho a palavra... mas sentirei... aquele sentir suave e gostoso... sem fim... quando a felicidade se concretizar, de fato... sempre... não rara...

Realejo
O Teatro Mágico

Será que a sorte virá num realejo?
Trazendo o pão da manhã
A faca e o queijo
Ou talvez... um beijo teu
Que me empreste a alegria... que me faça juntar
Todo resto do dia... meu café, meu jantar
Meu mundo inteiro...que é tão fácil de enxergar... E chegar

Nenhum medo que possa enfrentar
Nem segredo que possa contar
Enquanto é tão cedo
Tão cedo
Será que a noite vira num vilarejo
Vejo a ponte que levará ao que desejo
Admiro o que há de lindo e o que há de ser... você

Enquanto for... um berço meu
Enquanto for... um terço meu
Serás vida... bem vinda
Serás viva... bem viva
Em mim

"Os opostos se distraem
Os dispostos se atraem"