9 de out. de 2011

O mundo está chatinho demais








Muitas polêmicas têm rolado na mídia sobre o que é ou não politicamente correto. Na vida pessoal, também enfrentamos isso, seja em frases no facebook ou twitter que são mal interpretadas, seja em palavras que são ouvidas fora de contexto... é a incomunicação entrando num espaço tão super conectado. Irônico, não?



Na publicidade, não pode nada. Seja a propaganda da Hope, estrelada pela Gisele Bundchen, que ofende as mulheres, pois insinua que elas seriam objetos. Quisera eu ser um objeto assim!!! É por isso que eu falo sempre: morte à desgraçada que queimou o sutiã e ferrou com as nossas vidas! Mundo chatinho!


Os pôneis malditos tiveram que sair do ar porque disseram que eles usavam imagens infantis com palavras pesadas (malditos). MEU DEUS!!! Mundo chatinho... eu adorava essa propaganda!



Engraçado é que o funk é normal. Uma criança rebolando até o chão, usando uma microssaia, e cantando “Tô ficando atoladinha” é manifestação cultural brasileira. É ou não é hipocrisia? E nem vou falar em Pânico, Zorra Total, A Praça é Nossa...



Eu sei que está cansativa essa história do Rafinha Bastos... já foi longe demais. Mas é exatamente pela dimensão gigantesca da história que é necessário refletir sobre isso: será que comer ou não comer o bebê ou a Wanessa Camargo é mesmo o mais grave dos problemas? Será que precisa crucificar um cara porque ele fez uma brincadeira – seja de mau gosto ou não – em um programa ao vivo, onde o pensamento tem que agir rápido, é preciso segurar o time do programa e às vezes gafes são cometidas?



Reflexão, pessoal...



Primeiro, eu vi a cena do Rafinha... ela foi ao ar, ao vivo, no CQC dia 19 de setembro. Na ocasião, o colega de bancada Marco Luque dá gargalhadas da “piada”. Onze dias depois, o Ronaldo, ex jogador de futebol que me recuso a chamar de fenômeno, se manifesta contra Rafinha e então começa toda a onda de protestos, inclusive do colega Marco Luque, que na ocasião gargalhou... perae... se foi tão ofensiva a frase de Rafinha, porque gargalhou, Marco Luque?


Reflexão...



Não sou amiga de Rafinha Bastos, nem o conheço... nem sempre acho graça de suas piadas... mas o respeito pelo profissional que ele é, bem melhor que esses vendidos aos interesses comerciais. Eu conheço os bastidores do jornalismo... tudo gira em torno de interesses comerciais, que hoje, boa parte, estão nas mãos da empresa de Ronaldo e Marcus Buaiz... elementar, meu caro Watson!



Rafinha incomoda muita gente. E eu espero que ele continue incomodando. Ainda bem que existem pessoas como ele ainda na TV, que incomodam mesmo e não se intimidam.



E para terminar, reflexão: vivemos em um país onde o poder está nas mãos do Sarney, do Ronaldo e da Globo. Os políticos vivem rindo de nós, mas não é correto falar deles... as crianças crescem vendo de tudo e mais um pouco na internet e na TV, dançando funk, fãs de Justin Bieber e Luan Santana, mas pôneis malditos não pode... as pessoas estão cada vez mais demonstrando falta de respeito pelo próximo (aqui em SP isso é muito claro!), um querendo comer o outro, no sentido canibal da palavra, mas comer o bebê da Wanessa não pode. Por que é a Wanessa? Se fosse o bebê de uma indigente poderia?



HIPOCRISIA!!!



Vejam os pôneis malditos! Aqui pode!