18 de mai. de 2008

Eu sou Amelie Poulain

Um dos meus filmes preferidos - praticamente O PREFERIDO - é "O Fabuloso Destino de Amelie Poulain", um filme francês, do diretor Jean-Pierre Jeunet. O filme... só assistindo mesmo... é único... toca fundo no sentimento das pessoas... vejam... e tirem suas próprias conclusões...


Inspirada pelo filme... há algum tempo, escrevi uma crônica (ou algo parecido)... e vou publicá-la hoje... dividi-las com os meus um ou dois leitores... brincadeira, porque eu sei que são muitos... então... lá vai...





Eu sou Amelie Poulain
Com a mesma solidão e a mesma blusa de lã
Esperando pelo 30 de agosto

1° de janeiro de 1978... 2:40:58... o país comemora a passagem do ano... 92% da população estão embriagadas... um pernilongo pousa na perna de uma senhora que tenta dormir... no mesmo segundo, o vento sopra forte, fazendo os cabelos dos convidados balançarem num ritmo mágico que encanta a dança, sem que ninguém note... neste instante, uma pessoa tem um ataque cardíaco na Santa Casa de São Paulo e falece... neste mesmo momento um espermatozóide de cromossomo X destaca-se do pelotão e alcança o óvulo... nove meses depois, eu nasci...

Com os mesmos amigos imaginários... brincando sozinha e fazendo caretas para ninguém... sempre sorrindo... empurrando fileiras de dominós... gostando de lupas, de ver as coisas maiores de que elas eram... achando intrigante tirar sons da taça de cristal... ou o barulho quando chupamos o final do leite no canudinho... o barulho do mar dentro da concha... esfregando cola na mão e tirando como se fosse pele descascada... gostando de serpentina mais do que de confete, mas não sabendo jogar...

Não gostando – até hoje – que desconhecidos me toquem... nem por coincidência...

Inventando doenças imaginárias só para chamar a atenção...

O mundo parecia tão monótono, que preferia sonhar até ter idade para partir... parti...

Nos fins de semana pegando o Prata ou o Cometa para ver a família...

Às vezes indo ao cinema... observando as pessoas... gostando de ouvir uma música que nunca havia ouvido e sentir o arrepio do novo... gostando do cheiro de lençóis limpos... gostando de observar o pescoço das pessoas... gostando de dias de chuva... de passear na chuva... mas não gostando de ir trabalhar em dias chuvosos

Dormindo sozinha no meio da cama... acordando com idéias às 4 da manhã... anotando devaneios no caderno reciclado...

Gostando de arte e não entendendo nada dela... talvez diferente demais dos outros.

Volta e meia voltando ao passado nostálgica... cabendo a infância num filme de oito minutos, ouvindo when you were young...

Volta e meia a vida parece em harmonia perfeita... os cheiros, o vento no rosto, as palavras certas...

Volta e meia, tudo desmorona em lágrimas e Lady Murphy me visita

Imaginando uma relação com alguém distante, fora do quadro, mas que eu sinto que são parecidos para desperdiçarem essa dádiva que têm

Tentando ser justa com outros, acabar com as injustiças do mundo e sempre sendo injusta comigo mesma...

Não encarando a realidade, não ligando quando deveria ligar, não buscando respostas simples...

Torcendo para o meu 28 de setembro chegar...
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Recomendo o blog do Bruno Mazzeo... ele é ótimo! O link está aí do lado... visitem, porque vale a pena! E vejam o programa dele, o Cilada... no Multishow... ou aluguem, porque já tem em DVD...
E recomendo o post abaixo também... leiam minha indignação latente!!!!
Beijos...

7 de mai. de 2008

Is it just me or is the world fed up?


Não sei se eu enlouqueci ou o mundo está mesmo um lugar estranho de se viver... ou seria São Paulo? Ou seria o norte e nordeste do Brasil?

Não... de forma alguma tenho algum preconceito contra os nortistas e nordestinos desse país... mas quando vejo notícias, como a manchete de hoje dos jornais, em que o “coronel” acusado (e condenado!) pela morte da freira missionária Dorothy Stang, no Pará, foi absolvido (como assim? Será que li direito? Absolvido?), me sinto no feudalismo... na escravidão... não... não me sinto em lugar nenhum desse planeta... me sinto no inferno...

Como pode o coronelismo, a impunidade, a falta de justiça ainda imperarem em mais da metade desse país? E o pior é que esses mesmos coronéis apontam armas na cabeça de seus “comandados” para que eles votem no deputado, senador, vereador que também vai ser comandado por eles... é um círculo vicioso eterno... é o voto de cabresto que nunca tem fim... COMO vamos tirar esse país desse círculo com essa porcaria de justiça que ainda se faz na boca do revólver?

E não precisamos ir tão longe não... olha o Rio de Janeiro como está... a justiça lá se faz na boca de fumo... os traficantes comandam a vida das pessoas... e eles brotam como feijão no algodão... saem da terra como zumbis... sem falar na dengue...

Em São Paulo está melhor??? Será que preciso comentar???

Em São Paulo impera outro tipo de baixaria... a baixaria da falta de respeito... nunca vi cidade onde se vive tanta gente mal-educada por metro quadrado... e olha que eu gosto de São Paulo... sempre assisto ao CQC, na Band... no quadro Proteste Já eles mostram situações que causam embrulho no estômago... motoristas que não respeitam sinal fechado, imagine se vão respeitar pedestres... donos de cães passeando com seu animalzinho sem recolher a caca produzida por eles... e existem leis que obrigam as pessoas a serem educadas... ENTÃO POR QUE ELAS NÃO SÃO????

Além disso, tem o metrô... ah... o metrô... alguém deveria avisar as pessoa que usam o metrô que é uma lei da Física que dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço... ou seja, eu preciso sair para que outro entre... mas na maioria das vezes sou quase amassada, jogada no chão, pisoteada por uma manada de... seres humanos! Sem falar no povo que estaciona na porta... francamente...

Quando vejo essas pessoas, quando vejo esses políticos, quando vejo essa justiça nojenta do Pará... não consigo acreditar que somos feitos da mesma matéria... que somos filhos do mesmo Pai... que somos todos dotados de capacidade de pensar (aprendi isso na escola... mas acho que a professora errou, porque era isso que nos diferenciava dos demais animais)...

Eu não!!! Eu não posso ser feita da mesma matéria que foram feitos George W. Bush, Alexandre Nardoni, Vitalmiro, guardadores de carro (eles também brotam de toda parte!!!), Mercadante, Lula (por que partiu meu coração???), Mulher Melancia (e compositores da música “Créu”, se é que se pode chamar isso de compositor... e aquilo de música), usuários do metrô (não todos...), motoristas que dirigem como se a rua fosse só deles........ (também não sou descendente de macacos... você já olhou bem um chimpanzé??? Impossível! Darwin deve ter convivido com gente muito feia para chegar a essa conclusão...)

Shakespeare dizia que “nós somos feitos da mesma matéria que nossos sonhos”... que merda de sonho esse povo aí de cima sonhou então...

Que os sonhos de vocês sejam grandes, bonitos e iluminados... para que a gente possa povoar esse mundo de um jeito mais decente... quem sabe? Pelo menos a minha parte vou fazer... como o beija-flor que tenta apagar o incêndio na floresta...