
Esqueçam tudo o que veio antes... eu realmente não aprendi... não fui treinada... já disse isso... não sei jogar, não sei levar vantagem, apesar de conquistar, não possuo...
Sou eu... sempre eu comigo mesma... sem depender de ninguém...
Será que fiz as escolhas certas? Será que marquei o X no quadrado correto? Não seria melhor se conformar?
Fiz tanto, lutei tanto, abri mão de tantos queridos, de tantas estrelas, de tantas borboletas... causei dor, senti dor, me isolei... valeu a pena? Talvez valesse mais a pena ter aprendido a jogar... a enganar... a fingir... não sei...
E hoje chego a este ponto... aqui... bem onde estou e me pergunto... o que sou eu? E me sinto, como Fernando Pessoa...
“Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.”
Cheguei aqui sem ter nada, nem ninguém... sem viagens, nem pores-do-sol de mãos dadas... sem duplex, ou loft, sem passar para ninguém o meu legado... sem Fox vermelho... sem lazer ou prazer... sem espaço... sem decoração... eu comigo mesma...
E quando encontro... isn´t it ironic, don´t you think?
Pois é… não sei jogar... e sempre perco para quem sabe...
“Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.”
Cheguei aqui sem ter nada, nem ninguém... sem viagens, nem pores-do-sol de mãos dadas... sem duplex, ou loft, sem passar para ninguém o meu legado... sem Fox vermelho... sem lazer ou prazer... sem espaço... sem decoração... eu comigo mesma...
E quando encontro... isn´t it ironic, don´t you think?
Pois é… não sei jogar... e sempre perco para quem sabe...
E o injusto disso tudo é que tenho o coração maior do mundo... insano para encontrar (ou já encontrei...) alguém que o mereça... injusto porque conquisto... mas não me sinto conquistada... conquistada, não mereço... não merecendo, não sei jogar para ganhar...
Injusto... porque tenho em mim o que faz uma mulher ser especial... eu sou essa mulher... 100%... mas não conquistada... escolhi meus caminhos e não permiti ser escolhida... valeu a pena? And is it just me… Or is it dark in here?
Não importa… continuo me sentindo como Fernando Pessoa… só por hoje...
“Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Gênio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim...
Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo
Não estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando?
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas –
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.
(...)
Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.”
Prometo que vai passar... estou só no meu inferno astral...
Além disso, vou continuar tendo em mim todos os sonhos do mundo...
“Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Gênio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim...
Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo
Não estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando?
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas –
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.
(...)
Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.”
Prometo que vai passar... estou só no meu inferno astral...
Além disso, vou continuar tendo em mim todos os sonhos do mundo...
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