7 de set. de 2008

Se for sonho não me acorde...

Eu poderia ser mais feliz do que sou agora? Não... não senti isso em momento nenhum... em nenhuma Era... relâmpagos de felicidade sem fim... paixão minha, paixão dele... paixão... infinitude...

Não quero acordar... está bom demais... perfeito demais... me deixem hibernar para sempre nesse sonho... nessa pele... nesse cheiro... que continua mesmo depois que acordo...


Sim... aconteceu!!! Meu coração está vivo... e é real!!! Ou é sonho? Mas ele vive, bate, rodopia no ar... me enche de borboletas... ah... as borboletas de novo... que bom que elas continuam me presenteando com essa cócegas no meu estômago... que bom que elas continuam voando dentro de mim... dentro dele...


Perfeito demais! Por favor... não me acordem! Deixem acontecer! Eu não quero outra vida, eu não quero a coisa certa, os pingos nos “is”, o preto no branco, o bolo de noiva, a casa decorada... NÃO! Eu não quero! Eu quero é continuar sonhando... sempre que for possível sonhar, sempre que me deixarem sonhar... mesmo de vez em quando... o importante é que esse de vez em quando me provoca borboletas eternas! Não... eu não quero outra vida!


Ele veio... ele me leva para outro lugar... longe... livre... como a canção diz... diferente, semelhante, passageiro... mas sempre a espera de você!


Não importa esperar... eu não quero outra vida! Eu só quero que me deixem sonhar!


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Comprei um livro da Martha Medeiros (estou adorando ela!) chamado Montanha-Russa... lindo... e tem uma crônica chamada “Borboletas”... imaginem se eu não adorei! Estou me tornando repetitiva... mas essas borboletas estão me fazendo um bem danado... então deixem-me repetir pra sempre! Logo colocarei essa crônica aí... mas hoje vai um texto que achei uma graça, da Adriana Falcão...


Solidão é uma ilha com saudade de barco.

Saudade é quando o momento tenta fugir da lembrança para acontecer de novo e não consegue.

Lembrança é quando, mesmo sem autorização, seu pensamento reapresenta um capítulo.

Autorização é quando a coisa é tão importante que só dizer “eu deixo” é pouco.

Pouco é menos da metade.

Muito é quando os dedos da mão não são suficientes.

Desespero são dez milhões de fogareiros acesos dentro de sua cabeça.

Angústia é um nó muito apertado bem no meio do sossego.

Agonia é quando o maestro de você se perde completamente.

Preocupação é um cola que não deixa o que ainda não aconteceu sair do seu pensamento.

Indecisão é quando você sabe muito bem o que quer mas acha que deveria querer outra coisa.

Certeza é quando a idéia cansa de procurar e pára.

Intuição é quando seu coração dá um pulinho no futuro e volta rápido.

Pressentimento é quando passa em você um trailer de um filme que pode ser que nem exista.

Renúncia é um não que não queria ser ele.

Sucesso é quando você faz o que sempre fez só que todo mundo percebe.

Vaidade é um espelho onisciente, onipotente e onipresente.

Vergonha é um pano preto que você quer para se cobrir naquela hora.

Orgulho é uma guarita entre você e o da frente.

Ansiedade é quando sempre faltam cinco minutos para o que quer que seja.

Indiferença é quando os minutos não se interessam por nada em especial.

Interesse é um ponto de exclamação ou de interrogação no final do sentimento.

Sentimento é a língua que o coração usa quando precisa mandar algum recado.

Raiva é quando o cachorro que mora em você mostra os dentes.

Tristeza é uma mão gigante que aperta o seu coração.

Alegria é um bloco de Carnaval que não liga se não é fevereiro...

Felicidade é um agora que não tem pressa nenhuma.

Amizade é quando você não faz questão de você e se empresta para os outros.

Decepção é quando você risca em algo ou em alguém um xis preto ou vermelho.

Desilusão é quando anoitece em você contra a vontade do dia.

Culpa é quando você cisma que poderia ter feito diferente, mas, geralmente, não podia.

Perdão é quando o Natal acontece em outra época do ano.

Desculpa é uma frase que pretende ser um beijo.

Excitação é quando os beijos estão desatinados para sair de sua boca depressa.

Desatino é um desataque de prudência.

Prudência é um buraco de fechadura na porta do tempo.

Lucidez é um acesso de loucura ao contrário.

Razão é quando o cuidado aproveita que a emoção está dormindo e assume o mandato.

Emoção é um tango que ainda não foi feito.

Ainda é quando a vontade está no meio do caminho.

Vontade é um desejo que cisma que você é a casa dele.

Desejo é uma boca com sede.

Paixão é quando, apesar da palavra “perigo”, o desejo chega e entra.

Amor é quando a paixão não tem outro compromisso marcado. Não. Amor é um exagero...
também não. É um “desadoro”... uma batelada? Um exame, um dilúvio, um mundaréu, uma insanidade, um destempero, um despropósito, um descontrole, uma necessidade, um desapego?
Talvez porque não tivesse sentido, talvez porque não houvesse explicação, esse negócio de amor não sei explicar...

Adriana Falcão

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