7 de fev. de 2010

Se eu pudesse ter mais de 24 horas por dia...


Hoje abri o meu armário e dei de cara com meus livros... todos eles me cobrando um afago, uma olhadela, uma folheada... todos eles carentes de mim... e me senti culpada e saudosa...

Saudosa dos dias em que eu conseguia ler... devorar meus livros um a um, com intensidade, amor e prazer...

E eles continuaram me olhando... muitos já degustados e rabiscados (sim, eu tenho essa mania!), outros apenas folheados, lidos em algumas partes, como os de poesia, que abro e folheio em momentos próprios, quando preciso de injeções fortes de Mário Quintana, meu grande amor ao lado de Chico Buarque, ou de Clarice... ou de Drummond...e alguns estão intocados, para minha total tristeza e lamento.

Já tentei fazer promessa... não vou comprar mais nenhum livro enquanto não ler TODOS que estão comprados. Mas não resisto a uma livraria, não resisto ao folhear das páginas e... pronto, já estou no caixa!

Consigo parar de comer chocolate (essa promessa eu cumpri... está certo que foi só um mês), consigo ficar sem TV, consigo ficar sem beber (também já cumpri esse desígnio... foram três meses sem beber!)... mas ficar sem livraria, sem livros, sem comprar um livro... aí já é pedir demais!

Mas preciso arrumar tempo para eles... para me envolver nos braços de cada um deles e partilhar de suas sabedorias...

Tempo... eita assunto que me ronda 24 horas por dia... eu quero mais... quero 32 horas, quero não precisar dormir, quero poder fazer tudo e muito mais. Mas o tempo, esse velho amigo, não quer saber de paz e sossego... ele corre veloz e, quando vejo, já é meia-noite, já é o dia seguinte, já é fevereiro, já é carnaval... já são as águas de março por todo o verão...

E eu acabo acompanhando essa corrida veloz, esquecendo-me de olhar para os meus queridos... ali, sozinhos, na prateleira do armário... sempre esperando por mim.

E já que falei de Mário Quintana...

O que o vento não levou

No fim tu hás de ver que as coisas mais leves são as únicas
que o vento não conseguiu levar:

um estribilho antigo
um carinho no momento preciso
o folhear de um livro de poemas
o cheiro que tinha um dia o próprio vento...

2 comentários:

Paulo Cesar Cabral disse...

Poxa Fran, não se sinta culpada. Aliás, se sentir culpado por não conseguir absorver todas as informações que estão disponíveis ao seu redor faz parte de um dos sintomas da "Síndrome do Excesso de Informação", a doença do Século XXI.

O Dimenstein explica resumidamente do que se trata essa doença, em artigo: http://www1.folha.uol.com.br/folha/dimenstein/imprescindivel/semana/gd020901a090901.htm

Em tempos de internet, já estou considerando que ficar perdido com tanto informação é normal, de vez em quando. E agora, o que faço? Me mantenho atualizado lendo os jornais, estudo para meu TCC, leio alguns dos meus livros ??? A vida realmente é repleta de questionamentos angustiantes ... será que estou com a "Síndrome do Excesso de Informação"??rsrs...

Grande bju.

Flávia Pregnolatto disse...

Falando em livros ainda estou com o seu " eat, pray, love" .. desde o natal! Quando começaram as segundas fases dos vestibulares, parei de ler.. e fui voltar só agora.. sem contar que por ser em inglês, eu demoro mais que o normal.. hahaha mas juuro te devolver, e se não estiver muito em bom estado te compro outro prima! haha