29 de jul. de 2009

Subi... na pedra mais alta!

Conforme prometido, vou contar o resto de minha viagem... chegando em MachuPicchu...

Dia 12 – Rumo ao ponto mais alto da viagem, acordamos às 3h da manhã (ninguém merece). De van, seguimos para Ollantaytambo, onde pegamos o famoso trem... com direito a chá de coca e tudo mais. A viagem de trem é linda... cênica! Beirando o rio Urubamba, subimos rumo a Águas Calientes. Nem sinal de MachuPicchu... nada... nem uma pequena ruína.
Chegando na cidade, minha decepção foi enorme... chuva... torrencial... como assim? Em julho não deveria chover em MachuPicchu... NÃO!!! Coloca capa de chuva, toma chuva, fica ridícula... fazer o que? Subimos... mais 40 minutos de ônibus... e ainda nenhum sinal da cidade das nuvens... MachuPicchu realmente se esconde... não foi à toa que os espanhóis não encontraram a cidade. Ainda bem!
Depois de algum tempo, a chuva cessou e o sol (o famoso sol) se fez presente... e MachuPicchu se abriu linda, aos nossos pés! A sensação é inexplicável, impressionante... tive vontade, de fato, de chorar... aquilo não existe... e se existe não foi feita por humanos... impossível.

A vista é simplesmente espetacular... logo que se entra no local... com o Huayna Picchu ao fundo... MachuPicchu é a enevoada cidade perdida dos incas, que fica no colo da famosa montanha ladeada pelo vale Urubamba... encoberta, escondida. Escapou de ser saqueada e destruída porque os espanhóis nunca a encontraram (entendo perfeitamente o porquê!) e o refinado trabalho dos incas ali continuou intacto, mesmo com o passar dos anos. Em 1911, o arqueólogo Hiram Bingham encontrou o local, com a ajuda de agricultores locais. Embora coberta pela selva havia séculos, Bingham quase caiu das pernas e descreveu aquela visão como surpreendente.
Entramos nas ruínas, depois de subir, descer, andar... e vimos um a um os templos e monumentos e toda aquela beleza e construção inexplicável... as construções foram feitas com extrema perícia: blocos de pedras encaixados com precisão, sem uso de argamassa ou qualquer outro tipo de cola. Um verdadeiro quebra-cabeça. Conhecemos a Praça Sagrada, as Três Ventanas, o Intihuatana, a Cabana do Guardião, as Fontes, a Rocha Funerária, o Templo do Condor... enfim... se eu fosse explicar cada um deles, daria para escrever posts para o ano inteiro... cada um tem uma história fantástica e uma construção fantástica... Mas o Templo do Sol é o mais sublime de MachuPicchu. Construído sobre uma grande rocha polida, suas paredes seguem uma curva natural. O muro em todo seu perímetro se inclina para dentro. É a única construção redonda da cidade. O local era um observatório de astronomia, no qual astrônomos incas conseguiam dados sobre os ciclos agrícolas pela posição das constelações e pelos solstícios... ou seja, pela forma como o sol entrava nas janelas, através do portão do sol... localizado a milhas e milhas dali, no alto de uma montanha... incrível... eles simplesmente sabiam o dia do ano por causa dessa construção.
Poderia contar muito mais... mas preciso continuar a viagem...

Dia 13 – rumamos para Puno... no caminho de nove horas de viagem, paramos em várias cidades... foi muito bacana... paramos em Andahuaylillas, em Raqchi, onde tem um sítio arqueológico, almoçamos em Sicuani, ao som de peruanos e suas flautas, paramos aos pés da Cordilheira dos Andes (olha a neve!) em La Raya e vimos um museu pré-inca em Pukara. Finalmente chegamos em Puno, onde jantei alpaca com bacon ao molho de mirtas (ou algo do tipo...). Cidade com um trânsito maluco...


Dia 14 – fomos navegar no Lago Titicaca, o lago mais alto do mundo, a 3.800 metros acima do nível do mar... lindo!

Primeira parada foram as Islas Uros. O povo Uros vive em ilhas flutuantes perto de Puno, que parecem imensos ninhos de palha, construídas pelo próprio povo Uros com totora... é como viver entre a água e o céu. Há mais de 40 ilhas feitas com camadas de totora sobre torrões de raízes. O povo nos recebe muito bem, com festa e música... e conhecemos suas casas, feitas de palha, mas com TV, e navegamos em seus barcos de totora... bacana...
A segunda parada foi a Isla Taquile... o azul profundo do lago é a imagem mais marcante dessa ilha, que me fez passar mal de tanto subir... aqui subimos mais do que em Ollantaytambo... 545 degraus, segundo soube... que puxa! Almoçamos nessa ilha e vimos danças típicas... cerca de 50 famílias quéchuas vivem ali, com crenças e costumes muito interessantes...
Voltamos para Cusco à noite... e enfrentamos a cilada dessa viagem... uma viagem péssima, com um entra e sai do ônibus em todas as cidades do caminho e, por fim, o furto da câmera do Émerson... triste, triste... perdemos muitas fotos lindas... quase todas as minhas...

Dia 15 – Em Cusco, depois de uma noite sem dormir, com idas à delegacia... fomos a dois museus da cidade e, à tarde, fizemos o City Tour... fomos ao museu Qoricancha, o mais bacana, depois Saqsayhuaman, o local onde tem as maiores pedras incas... mais de 350 toneladas de uma pedra que é perfeitamente encaixada em outra tão grande quanto. É um exemplo impressionante da arquitetura inca e tem uma vista linda da cidade de Cusco. O alinhamento das pedras é tão perfeito que nem uma fina faca pode passar pelas juntas... sem argamassa ou qualquer tipo de cola, lembram?


Depois conhecemos Q´enqo, onde tem uma pedra gelada, local em que eles mumificavam os corpos... e Pukapukara e Tambomachay, local que atesta a adoração dos incas pelas águas...

Dia 16 – Voltamos para Lima e fomos passear em Punta... eu queria chegar ao Pacífico... vi a praia de Lima, feita de pedras, sem areia... até o barulho das ondas se desmanchando nas pedras é diferente... e a água é gelada! Depois fomos para Miraflores, o bairro mais chique de Lima... parecia outra cidade... nossa... impressionante e suntuoso... fomos ao Parque Del Amor, com uma vista maravilhosa para a praia... e ao shopping Larcomar, que fica a céu aberto e subterrâneo... com uma vista fantástica do mar...
Última noite no Peru, fomos a uma baladinha em Barranco, o bairro boêmio... jantamos no Tio Mario (um prato enorme...) e fomos ao El Sargiento Pimenta, uma casa rock´n´roll que até parecia o Black Sheep... gostei demais... tomamos Cusqueña, lógico!

Dia 17 – Fomos ao zoológico... para mim, foi um programa meio PI... mas o Émerson, o biólogo, não poderia deixar de conhecer o zoológico de Lima... no final das contas, até que foi divertido... e voltamos fazer fotos em Miraflores...
Acabou!!!
Infelizmente...
Eu sentirei muitas saudades... com certeza!

Dia 18 – às 14h desembarquei no Aeroporto Internacional de Guarulhos... com uma bagagem de sensações gigante dentro de mim...

Nenhum comentário: