30 de mai. de 2012

Vou insistir nessa saudade que eu sinto

Só quem não era fã de verdade da Legião Urbana vai falar mal do tributo realizado pela MTV ontem (29/05) em homenagem aos 30 anos da banda. E que banda!!!

É óbvio que Renato Russo faz falta... ele era o vocalista, mentor, compositor... mas dois terços da banda estavam lá: Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá. E quando eles pisaram no palco cantando Tempo Perdido, eu me vi novamente no show V, no Recreativo Campestre, com 13 anos, enlouquecida, assistindo aos meus ídolos... Renato Russo falava muito entre uma música e outra, interagia com o público, com muitos palavrões e críticas ao país, ao sistema político... para mim, aqueles eram os caras que “fizeram” a minha geração. Eu sou Legião Urbana! Foi emoção de arrepiar mesmo vê-los tocando novamente e relembrar a época em que eu colocava um LP atrás do outro para tocar e enlouquecia minha mãe de tanto ouvir Legião.

Eu me apaixonei pela Legião no álbum II, como todos... não tinha nem 8 anos e já achava aquelas letras tão bonitas, profundas... eu me acabava cantando Andréia Dória (uma de minhas preferidas), Índios, Quase sem Querer, Acrilic on Canvas, Daniel na Cova dos Leões... e cantava todas as letras, mesmo as mais complicadas, do começo ao fim, de cor, em qualquer lugar...

Então, ver a Legião de novo, reunida, cantando aquelas mesmas músicas e todas aquelas mesmas músicas sendo entoadas em coro por uma plateia enorme e emocionada, me deixou com os olhos cheios d´água mesmo... e o coração cheio de saudade. Emociona ver como uma banda, cujo auge do sucesso foi nos anos 80 e cujo vocalista morreu há 16 anos, ainda provoca comoção e ainda tem suas músicas repetidas por uma multidão. Foi lindo de se ver!



Foram 26 músicas, alguns sucessos consagrados, como Pais e Filhos, outras nem tanto, como Esperando por Mim. Todas cantadas em uníssono! E faltaram músicas famosas, hein? Daria para fazer o show até às 3 horas da manhã se acrescentasse Faroeste Caboclo, Por enquanto, Eduardo e Mônica, O Descobrimento do Brasil, Metal Contra as Nuvens... e todas seriam cantadas também. Nem precisava ter um vocalista ali. A plateia era a vocalista principal. Mas Wagner Moura fez o papel de líder da plateia. Porque em nenhum momento ele quis ser Renato Russo ou imitá-lo. Ele foi o maestro de todos nós. Ele era como nós todos ali: um super fã da Legião que sabia cantar todas as músicas e assim o fez, visivelmente emocionado.

E então me aborrece mesmo ver os chatinhos de plantão – ô povo chato demais – falando que o cara desafinou. Jura que, diante de tudo isso que escrevi, você vai se preocupar se o cara cantou bem ou não? Então reclame do público todo! Ou muda de planeta, muda de canal, muda de vida, sei lá... Aí dá até pra entender a frase de Renato Russo: “Mas tão certo quanto o erro de ser barco a motor e insistir em usar os remos”. O povo chatinho passa a vida usando remos...

O que importou mesmo foi a emoção, sentida em cada uma das pessoas que estavam no Espaço das Américas nessa noite... emoção sem medidas... afinal, “o amor tem sempre a porta aberta”.

P.S. - Ainda preciso, e estou devendo, meu post sobre o Saturday Night Live Brasil, com meu querido Rafinha Bastos... mas fica para o próximo...

Um comentário:

Flávia Pregnolatto disse...

Fran, depois de ler seu post, admito que peguei meus cds da Legião e comecei a ouvir. Que saudade! Não foi da minha época, mas com certeza é uma das minhas bandas preferidas.
Quero assistir o show inteeeeiro! deve ter sido emocionante..
e os chatinhos de plantão? ahhhh... eles sempre vão fazer o papel deles muito bem feito. HAHAHA